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domingo, 26 de dezembro de 2010

Tempo

Quando cheguei a casa, a simpática e irónica da minha irmã com o seu sorriso irritante e provocador anunciou:
- Correspondência para ti, aberração! - entregou-me em mãos uma carta olhando para o remetente. - Ao que parece é importante.
Arranquei-lhe das mãos a carta. Ela contorceu os lábios de raiva mas saiu rapidamente da minha frente.
Sem olhar para o remetente, subi as escadas desajeitadamente com a carta na mão. Atirei-me, posteriormente para cima da cama atirando a mala para o chão com demasiada força. Finalmente vi quem me escrevia a carta. Anthony Lee.
- Anthony Bruce Lee... - sussurrei com um laivo de tristeza na voz.
Abri a carta com cuidado, retirando do seu interior um papel branco que parecia deveras caro. A saudação serviu para me arreliar e sentir-me mais insignificante.
"Querido amigo(a),


É com o maior prazer que o/a convido a comparecer na minha festa de aniversário a realizar-se na próxima Sexta-feira deste ano. Conto com a sua presença!
Anthony Lee."
Amassei a carta com ambas as mãos. Depois de tanta coisa que passamos juntos, como pôde ele dar-me o mesmo tratamento que deu a todos os outros convidados? Claro... todos os outros eram vedetas e eu não passava de uma reles empregada de balcão sem sorte que nem sequer conseguia arranjar emprego na área em que tinha estudado! Eu era uma ínfima memória na sua mente porque a restante era ocupada por outras mulheres e bens materiais.
Levantei-me pesadamente e apaguei a luz, metendo-me debaixo dos lençóis. Tentei não pensar nele, na sua face, na nossa história... em nada que estivesse relacionado com ele. Subitamente alguém bateu à porta. Autorizei a entrada. Tratava-se da meticulosa da minha mãe. Acendeu a luz e com o seu olhar amoroso, olhou-me e obrigou-me a levantar. Sentou-se ao fundo, na cama.
- É ele não é? - inquiriu com o seu tom de voz mais melodioso. 
Respondi afirmativamente com a cabeça. 
Agarrou-me com firmeza as mãos.
- Vai a essa festa. Podemos não ter dinheiro suficiente para comprar um vestido daqueles que as estrelas usam, mas tenho ali - e apontou para uma mala em cima do roupeiro. - um vestido. É antigo mas posso dar-lhe um jeito e ele pode ficar como novo. - olhou-me com compaixão. - Vai. Vai-te ajudar a cicatrizar essa ferida.
Respirei fundo e pensei durante um pouco. Também, o que tinha eu a perder? Podia ser que ganhasse juízo na minha cabeça e me apercebesse que não podia estar apaixonada por alguém que já não fazia parte do meu mundo.
- Parto amanhã pela manhã. - avisei, metendo-me logo por entre os lençóis. 
A minha mãe saiu do quarto e apagou as luzes. Não adormeci tão facilmente quanto esperava. As imagens não me saíam da cabeça. Eu não conseguia esquecer a noite em que dançámos no baile da escola e ele, passados tantos anos de convivência, disse que me amava! Eu passava despercebida por todos na escola. Se perguntassem por mim a alguém, ninguém sabia dizer quem eu era. Tony já era um galã. Era popular e eu sempre fui a sua fiel seguidora e amiga a quem ele podia contar tudo, inclusive as suas conquistas. Óbvio que eu ficava arreliada. Sempre tinha sentido algo por ele, e ele sempre me vira como amiga e nunca como namorada. Até que um dia ele apercebeu-se dos meus verdadeiros sentimentos.
Seria o nosso último ano no liceu. Dezenas de raparigas me contactavam todos os dias para lembrá-lo do convite para o baile. Todos os dias ele se zangava comigo por eu estar sempre a lembrá-lo disso. 


" - A Brenda, a Phillipa, a Adrian e a Ronnie convidaram-te para o baile. Querem saber se aceitas. - disse não o olhando fixamente. Não queria que ele vislumbrasse a fúria patente no meu rosto.
Ele vociferou algo que eu não percebi e depois sorriu como uma criança.
- Eu dispenso ir com elas. Não passam de miúdas irritantes e com a mania que são ricas e que vivem no centro da cidade e podem ir a todas as baladas. - Sentou-se num banco. Segui-o, como sempre. - Sabes como odeio essas raparigas que só pensam em festas. Por mim, nem ia ao baile. Tenho bem mais com que me preocupar.
- Está bem. Eu digo-lhes que recusaste. - fiz uma pausa. - Também é da maneira que não me chateiam mais... - murmurei enquanto amarrava o cabelo.
- A propósito, - começou ele. - com quem vais?
Ruborizei.
- Na verdade eu não vou ao baile. - respondi.
Ele olhou muito sério para mim.
- Então agora é que vais mesmo! - exclamou. - Vais comigo. Não digas que não.
Eu queria ir com ele mas não tinha coragem de lho dizer. 
- Está bem. - murmurei incrédula.
- Amanhã passo por tua casa.
Tentei não demonstrar a minha alegria mas tive uma certa dificuldade em conter-me quando disse às outras raparigas, quando interrogada, que a sua parceira era eu. Elas ficaram com raiva e eu fiquei satisfeita!
À pressa arranjei um vestido que pertencia à minha mãe que em tempo recorde o conseguiu modernizar e ajustá-lo ao meu corpo que era um pouco mais esguio que o seu outrora fora. A minha tia encaracolou-me o cabelo e maquilhou-me o melhor que sabia. No fim, não parecia eu. Aquele vestido preto já não parecia aquele que a minha mãe tinha usado no seu baile de finalistas. Já não era comprido. Ficava um pouco acima do joelho e tinha somente uma alça. Usei os melhores sapatos de salto alto da minha mãe e tive de tirar às escondidas do quarto da minha irmã as palmilhas para que os meus pés não saíssem fora dos sapatos.
Às sete horas, Tony tocava à minha campainha. Abri a porta e vi que ele estava de fato. Fiquei ainda mais deslumbrada. Os seus grandes olhos verdes brilhavam de alegria, até que a sua boca pronunciou:
- Vamos andando?
Estava tão abismada a olhar para ele que nem me apercebi da cara estúpida com que me estava a olhar para ele.
- Sim, sim. - respondi, ajeitando nervosamente o vestido.
Ele ofereceu o seu braço e eu aceitei, conduzindo-me até ao seu carro, ou melhor, ao carro do seu pai. 
A condução de Tony era um tanto estranha. Não conduzia com demasiada velocidade como todos os outros rapazes nem colocava o volume do rádio do carro no limite. Foi agradável permanecer dentro do carro com ele.
- Estás linda com esse vestido. - apreciou ele a certa altura.
- Hum... obrigada, Tony. Esse fato também te fica muito bem. - disse fixando o retrovisor.
- Não é meu. É do meu irmão. A minha mãe teve de baixar a bainha das calças. - disse ele em tom de brincadeira.
Finalmente chegámos ao destino. A grande casa estava repleta de luzes e de pessoas. Algumas estavam aglomeradas no jardim mostrando os seus lindos vestidos com decotes vigorosos. Senti-me um pouco mal por ir ao baile. Eu não tinha um vestido lindo, de fazer inveja, nem tinha ido a uma cabeleireira no centro da cidade nem sequer tinha limado as unhas. Os meus sapatos não eram de marca nem estavam adaptados ao meu pé.
Senti umas mãos pousarem-me nos ombros e alguém a sussurrar ao meu ouvido:
- Podes não ter o melhor vestido, os melhores sapatos, o melhor penteado... mas tens as melhores qualidades que alguém alguma vez teve. Sei o que sentes. És-me transparente.
 Voltei-me para ele. Não sabia bem o que dizer.
- Eu... não em sinto bem aqui. Não é pela tua presença. Eu não vivo no mundo delas. 
Serenamente, ele pegou nas minhas mãos e entrelaçou os seus dedos nos meus. Puxou-me contra si.
- Não pertences ao mundo delas mas pertences ao meu. - murmurou com um enorme sorriso.
Começamos a dançar no meio do passeio. Eu só conseguia ouvir risos, cochichos, frases destrutivas: "como é que ela conseguiu vir com ele?", "como é que ele teve olhos para ela? Eu sou milhares de vezes melhor!". Fingi não ouvir. Encostei a minha cabeça ao seu peito forte.
- Isto é ridículo! - exclamou ele de modo a que todos ouvissem. - Eu não estou aqui para ver um monte de gente a dançar quando posso estar com a pessoa que amo!
Todos ficaram perplexos a olhar para ele, nomeadamente as raparigas.
Ele agarrou-me no braço e começou a correr. Vi-me obrigada a tirar os meus saltos altos para o acompanhar.
- O que quiseste dizer com aquilo, Tony?
- Que quero passar os meus dias contigo. - respondeu com naturalidade abrandando a marcha até parar por completo.
- Como é que tu nunca percebeste que eu gostava imenso de ti? Como? - questionou.
- Eu sempre fui leiga nesse campo... nunca soube discernir. Mas... agora eu consigo ver, aliás eu sempre senti algo por ti mas via uma concorrência tão forte que não consegui dizer-te o que realmente sentia.
- Então também sentes? - questionou ele.
Não respondi. Não consegui resistir àquela sua boca e beijei-o. Ele correspondeu com entusiasmo. Passado algo tempo afastei-me.
- O que foi? Fiz alguma coisa de errado? Por favor, diz-me.
- Não, não. Desculpa, eu é que me precipitei. Não devia...
- Devias tê-lo feito há muito tempo.
Novamente as nossas bocas colidiram."


Acordei sobressaltada com aquele sonho que tinha sido real. Respirei fundo e sentei-me na cama. Pensei durante muito tempo porque razão ele terminou comigo depois de três anos de namoro.
Deitei-me novamente e voltei a adormecer.


"- Alice, eu tenho algo para te dizer... - disse ele com aquele seu olhar arrepiante.
Eu estava deitada com a minha cabeça pousada nas suas pernas no jardim das traseiras de minha casa. Levantei-me. Sabia que não era nada de  bom.
- Eu não posso... nós não podemos... - fez uma enorme pausa. - namorar. Eu queria mas não posso.
- Porquê? - inquiri com as lágrimas as picarem-me os olhos.
Ele suspirou e vi que os seus olhos estavam vermelhos.
- Eu estou farto de viver aqui, de não ter dinheiro para comprar um carro, um telemóvel bom! - fez outra pausa. - Eu concorri a um casting. Ganhei o papel principal do filme que me vai dar milhões! E eu vou ter de viajar de um lado para o outro e...
- Tu terás vergonha de mim, não é? - inquiri.
- Não, Al não é isso....
- Sim, óbvio que terás porque não queres ter uma namorada pintora que não arranjou trabalho na sua área! - vociferei levantando-me energicamente caminhando para o interior da casa. Ele segui-me.
- Al, não é o que estás a pensar. Eu apenas não quero que apareças nas revistas, que sejas exposta.
- Claro! Sou demasiado imperfeita para aparecer... E é preferível terminares o nosso namoro quando ainda existe amor a eu aparecer nas revistas? Por favor, não digas mais nada! - resmunguei enfrentando-o.
Dirigi-me ao meu quarto e atirei as suas roupas do armário e uma mala que me pertencia. Enfiei todas as suas roupas naquela mala e entreguei-lha.
- Se queres ir, vai. Não sou eu que te vou prender aqui. 
Ele chorava como uma criança mas eu tinha de me mostrar inabalada."


- Al! Acorda, rapariga! Vais chegar tarde! - Uma voz berrava.
Lentamente abri os olhos e senti-os molhados. Apressei-me a limpá-los. Fiz as malas e conduzi o velho Ford até Beverly Hills - a cidade das vedetas. Ainda tinha bastantes horas para percorrer e provavelmente iria chegar atrasada. Parei para comprar uma gasosa e comi um pastel de nata deveras nojento. 
Começava a escurecer quando tinha encontrado a tabuleta a dizer "Beverly Hills". Parei num café para mudar de roupa e pedi instruções para chegar a casa de Tony.
Já era tarde quando ao fundo da rua vi uma mansão. Era branca e era dezenas de vezes maior que a sua casa de infância. Dezenas de árvores ornamentavam o jardim repleto de relva cortada rente. Uma enorme escadaria dava acesso ao interior da casa e um galgo afegão estava fielmente sentado ao lado do mordomo que garantia acesso ao interior da habitação. 
Abri a porta do idoso Ford e caminhei sobre os saltos altos, subindo a escadaria até chegar próximo do mordomo.
- Diga-me o seu nome, por favor.
- Alice Newson. - respondi.
O mordomo conferiu na lista. Fiz um mimo no cão.
- Pode passar. O senhor espera-a.
Agradeci o seu tempo e ele ficou admirado. 
Entrei e vi um turbilhão de vestidos a rodarem. Tudo parou a olhar para mim... ou para o meu vestido. Ouvi comentários que me fizeram sentir a pessoa mais ridícula do mundo. Sentei-me a um canto e pedi uma bebida bem forte. Tinha um pressentimento que a minha vinda a casa de Tony ia ser um fracasso... e pelos vistos estava certa. Mandei vir mais uns copitos daquela bebida. Não conhecia mas era boa.
- Precisas de ajuda? Estás perdida?
Imediatamente olhei para trás. Era Tony.
- Tony! - exclamei. - Já há algum tempo que não te via. - Tentei esconder o copo.
Ele continuava esplêndido. O seu cabelo castanho caía-lhe até meio do pescoço. Os seus olhos continuavam com aquele brilho arrebatador e o seu sorriso largo e amável ainda mexia com os meus sentimentos.
Novamente ele ofereceu-me o seu braço, tal como no baile da escola e conduziu-me até ao exterior.
- Então como estás? Eu espero-te há três aniversários e tu nunca vens! - disse em tom de lamento.
Desde a sua partida, eu deixei de ser quem era. Eu passei a dizer tudo o que sentia, quer doesse ou não.
- Eu estou bem, obrigada. - fiz uma pausa, ocupando um lugar mais afastado dele. - E tu? O que tens feito?
Ele suspirei.
- Bem, tenho feito uns filmes... lancei dois este ano. A propósito, foste vê-los ao cinema? - questionou com curiosidade.
Sorri, cinicamente.
- Não. Achei que tinha de poupar dinheiro para ver os filmes que realmente me agradam. 
Ele permaneceu em silêncio durante um pouco. Olhei para ele de soslaio e no seu semblante estava estampada a fúria. 
- Tu ainda estás magoada, não estás? - inquiriu pressionando as mãos cerradas contra o banco de mármore. Olhou-me nos olhos de uma forma intimidante. Desviei o olhar.
- Não. Arranjei alguém há uns tempos, mas não deu muito certo. - menti. - Não pertencíamos ao mesmo mundo.
Ele soltou um sorriso abafado e aproximou-se de mim.
- Eu conheço-te como a palma da minha mão. Sei as tuas manhas. Os teus olhos dizem-me que estás a falar de mim.
Tentei interrompê-lo. Ele colocou a sua mão em frente da minha boca.
- Consigo ver que ainda me amas mas teimas em fugir de mim ou de algo que esteja relacionado comigo. Nunca mais conseguiste ter alguém porque pensavas sempre em mim, porque achas e sempre achaste que nunca irias encontrar alguém como eu. Nunca quiseste ver um filme em que eu aparecesse porque tens dificuldade em ver-me com outras mulheres e não querias ver-me e lembrar-te de tudo aquilo que passamos. E a tua vida não vai bem como dizes. Trabalhas num balcão de um bar. As tuas telas não foram expostas. - suspirou. - Conheço-te melhor do que imaginas. Lembro-me de cada frase que te disse, de cada lugar que te levei... de cada momento que passamos e não me arrependo de nada.
Tirou a sua mão.
- Não te arrependes? - levantei-me desajeitadamente. - Tu trocaste a tua vida modesta e uma vida comigo por fama e reconhecimento! Tu sempre te martirizaste pelo reconhecimento! Tu te matarias por reconhecimento... Mas nunca precisaste. Sempre foste o centro das atenções, o menino bonito que não precisava de fazer nada para ser adorado por todos. Podias não ser rico mas todos te amavam verdadeiramente. - fiz uma pausa. - E agora diz-me... quantas mulheres andam atrás de ti? Quantas percorrem milhares de quilómetros para te seduzirem e tentarem a sua sorte? Para ficarem com o teu património? E aposto que não te importas! Mulheres, bebida e droga é aquilo que um homem quer e tu, tu não és excepção! Vedeta maldita que me destruiu!
Dei-lhe com a mala e tirei os saltos altos.
- E eu digo-te que tenho filas intermináveis de fãs todos os dias à minha porta. Confesso que há algumas que são absolutamente lindas mas eu não consigo olhar para nenhuma do mesmo modo que a ti. - Levantou-se e pontapeou um arbúsculo. - Sabes o que em chamam? O que está sempre escrito na porcaria das revistas? - questionou retoricamente com fleuma. - "Mais uma vez sozinho no Mundo." Toda a gente me abandonou! Os meus pais não me ligam a perguntar se está tudo bem. Os meus amigos desapareceram do mapa. E sabes quem é que era o meu único braço direito? Tu! - apontou. - Tu! E nem uma vez me ligaste a perguntar se eu estava bem, se precisava de ti ou a dar-me os parabéns! Tu abandonaste-me assim como eu te fiz a ti! Mas eu ligava-te vezes sem conta. Tu nunca atendias o telemóvel!
Dei um passo atrás.
- Eu não te abandonei. Só não queria sofrer outra vez. - informei, pensando no que ele me havia dito.
- E o meu sofrimento não te importava? Sabes o quanto sofri nos primeiros tempos a acordar sozinho, sem ninguém ao meu lado a desejar-me um bom dia com uma voz doce? Sabes o quanto me custou a só ter a companhia dos funcionários? Sabes o quanto me custou saber que te amava e que não podia voltar à minha vida anterior? Sabes o que é sentir que o que estava certo está errado e o que estava errado está certo? Não, tu não sabes. Porque tu não sofreste como eu! Queixaste mas nunca soubeste o que é sofrer verdadeiramente.
- Tu escolheste a tua vida. Devias ter reflectido mais na tua escolha, Tony. 
- Eu achei que estava a fazer o mais correcto. Mas mal enveredei por este caminho, apercebi-me que nunca te devia ter deixado. - Ele baixou a cabeça. - Deixa-me voltar atrás. Deixa-me ser o velho Tony e não o Anthony Lee. Deixa-me voltar a ter-te. Deixa-me voltar a ser livre e a ser desconhecido. 
Ele avançava para mim e cada vez mais eu recuava. As lágrimas começaram a escorrer pela sua face. 
- Não. - respondi firmemente. - Embora não possa negar que te ame mais de que qualquer outra pessoa no mundo, somos de mundos diferentes. E eu não quero que eles colidam. - disse levantando um pouco o vestido. - Desculpa, mas só Deus sabe o quanto te amo, mas há coisas que não podem acontecer.
Comecei a correr a uma grande velocidade. Tony correu para me alcançar. A sua condição física estava melhor que nunca e ele não teve dificuldade em apanhar-me. 
Vi umas luzes a incidirem sobre os meus olhos e alguém a apitar constantemente. Era impossível parar com a velocidade a que ia. Senti o carro a colidir contra mim. Senti a minha cabeça a embater contra o alcatrão seco. Ouvi a voz de Tony como se estivesse no fundo de um túnel. Abri os olhos e vi-o barafustar com alguém mas tinha os olhos tão pesados que eles fecharam. 
Não me lembrava de nada.

4 comentários:

ana disse...

amei hayley!
beijinho*

ana disse...

Tenho duas deles na playlist. Por isso, qual delas?

ana disse...

Ah, essa. Também gosto imenso ;)

O Hospicio... disse...

bjos querida q isso adoro mesmo aki sempre promovendo seu blog! bj