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sexta-feira, 8 de abril de 2011

As Últimas Flores para o Hospital - Cap. XIV (Flash)

Infelizmente era Domingo. Infelizmente o dia apresentava-se tempestuoso em contraste com o dia anterior. Infelizmente no dia seguinte seria Segunda, o que seria sinónimo de estudo.
Abri sorrateiramente os olhos e fechei-os novamente recostando-me mais nele. Ian estremeceu mas continuou a dormir profundamente. Abri novamente os olhos e mirei a sua espantosa face. Abruptamente ele abriu os olhos, esbugalhando-os e beijou-me repentinamente. Tinha-me assustado.
- Assustaste-me! – disse-lhe dando uma pequena palmada no seu peito.
Ele soltou uma gargalhada.
- Não me digas que parecia um fantasma! – gracejou.
- Não, mas parecia que estavas possuído ou algo semelhante! Parecia um filme de terror. – disse sorrindo, beijando-o posteriormente.
Ele sorriu e zombou de mim.
- Blair… estás disposta a construir uma família comigo? – questionou com a voz trémula.
Olhei para ele.
- Por que perguntas isso?
Ele baixou o olhar enrolando nos seus dedos um pouco do meu cabelo.
- Porque nós amamo-nos e porque eu queria.
Sorri-lhe e acariciei-lhe a face.
- Óbvio que sim, Ian, óbvio.
Ele sorriu-me e olhou para o relógio.
- Por que estamos a ter conversas destas às três da manhã?
- Não sei, - disse enquanto bocejava. – mas se amanhã quero acordar cedo, devo aproveitar o facto de ter sono.
Recostei-me nele e as suas mãos afagavam o meu cabelo. Ele pousou o seu queixo na minha nuca.
- Em que estás a pensar? – perguntei.
- Dorme. Amanhã falámos. – disse-me quase num murmúrio.
Fiz o que ele havia dito e adormeci quase de imediato.
Acordei às nove da manhã. Ian estava a dormir tão bem que não tive coragem de o acordar. Preparei o café e as torradas e dei os cereais a Salvatore que me sondava constantemente. Vesti-me num ápice e fui ao cemitério, deixando anteriormente um bilhete a Ian. Passei pelo Starbucks para tomar o meu segundo café matinal e comprei umas flores, girassóis uma vez que eram os seus preferidos, para além de flores campestres e desloquei-me até ao cemitério. Necessitava de ver a sua face estampada na lápide.
O dia não estava muito risonho e o cemitério era, sem sombra de dúvida um péssimo destino para um fim-de-semana. Detive-me à porta mas resolvi continuar a minha marcha. As árvores agitavam-se fortemente ao sabor do vento e, este uivava fazendo-me estremecer. Mesmo assim continuei a caminhar até à sua sepultura. Coloquei-me de cócaras e depositei as flores. Era naquelas alturas que eu a ansiava ter por perto, uma vez que Erin não me compreendia por muito que tentasse. Eu nunca fui de falar sozinha nem acreditar na omnipresença dos entes queridos mas o que iria eu perder?
- Mãe… se estás a ouvir-me, e mesmo que não estejas, quero dizer-te que sinto a tua falta. Se me estiveres a ver neste momento, se me estás a acompanhar… sabes perfeitamente o que eu tenho vindo a fazer e com quem tenho estado. – fiz uma pausa. – Por que nunca me disseste que eu tinha um irmão? Por que me disseste que eles tinham morrido? Por que sempre insististe em querer utilizar a racionalidade quando o que predominava era a emotividade? Separaste-te do… hum… John por causa de ele ter morto três homens, eu compreendo o teu ponto de vista como advogada mas não poderias ter fechado os olhos a isso? Nunca ninguém iria descobrir e iríamos viver felizes, como uma família. – Olhei para o sorriso exibido na sua foto. – E agora eu tenho uma família, mãe. Família essa que não é aquela que tu aprovas nem ninguém aprovará se souber. Mas… raios! Ele é o homem da minha vida, sabes? Todo ele é formidável, não há nada que eu não goste nele. Ele parece vindo de um conto de fadas! Mas isso tu sabes. Tu criaste-o durante os seus primeiros anos de vida. Ele é como tu. Eu, aparentemente sou mais como John. – suspirei. – Talvez o ache tão perfeito por ele, de certa forma me completar e ser meu… irmão. – Sentei-me no chão húmido. – Mas eu não consigo deixar de o amar, mãe. Não consigo deixar de pensar nele e nas palavras que ele me sussurra. Eu nunca estive tão apaixonada em toda a minha vida! – Sorri. – Devo estar a criar um reboliço aí nesse local onde estás, não? Estou a quebrar todas as regras impostas pela sociedade, cambada de medíocres e acéfalos que pisam o planeta. Tu querias que eu fosse feliz, não era? Então, independentemente da tua opinião eu vou continuar com ele, e se tudo continuar a este ritmo… construiremos uma família sem ninguém saber quem realmente somos. – Passei a polpa dos meus dedos pela fotografia na lápide. – Tu não me poderias ter dado melhor prenda do que ter-me feito saber quem era a minha família. – Sorri, estupidamente. – Adoro-te e sinto a tua falta. – Levantei-me. – Preciso de ir. Ian deve estar a acordar.
Caminhei lentamente até que ouvi o flash de uma máquina fotográfica. Olhei em meu redor, espavorida. Alguém me estava a espiar a mando de John, meu pai. Atemorizada, comecei a correr até casa. Quando entrei, Ian estava a levantar-se e a dirigir-se para a cozinha e eu atirei-me aos seus braços, trémula.
- Blair, o que se passa?
- Vamos embora daqui, Ian! Ele sabe que estamos aqui. – disse-lhe.
Ele olhou-me com confusão.
- Como? – questionou.
- Não era difícil, Ian. Nós não tivemos qualquer tipo de precaução.
As suas mãos cobriam a minha face.
- Conta-me o que aconteceu. – pediu.
- Eu… eu fui ao cemitério e, inesperadamente ouvi o flash de uma máquina fotográfica.
- Blair… pode não ter sido ele. Tu és a filha de Barbara Fielding, é normal que te queiram como capa de revista. Podia ter sido um paparazzi. – disse-me com um sorriso quase convincente.
- Não, Ian, não era. Eu senti algo de mau.
Ele beijou-me.
- E agora? Sentiste algo mau?
Olhei-o com raiva.
- Não, não senti nada de mau! Mas leva-me a sério! Por favor, não me distraias!
- Blair, Barbara morreu e eles iriam querer, com certeza um momento destes numa capa de revista. – Puxou-me contra si e afagou-me o cabelo. – Não temas, a sério. Ele é um pouco limitado.
Suspirei.
- Achas mesmo isso? – perguntei.
- Acho, Blair.
E ficámos assim algum tempo. Abraçados no sofá.
- Eu não te quero perder, Ian. Nunca.
Ele voltou-me para si.
- Tu és tão adorável que me fazes perder a cabeça. Tu consegues fazer-me sentir culpado daquilo que efectivamente somos. Na realidade… eu nem sei o que somos.
Enrosquei-me mais nele.
- Somos um casal de namorados, lembraste? Aparentemente normais…
- Perfeitamente! Conhecemo-nos em Paris num café, certo?
- Certo. – confirmei. – Tu ficaste encantado de imediato por mim e não me largaste. – disse eu aproximando-me cada vez mais da sua boca.
- Por sua vez, tu ficaste irrevogavelmente encantada pelo meu charme e gentileza que ficaste em Paris por mais uns dias. – continuou, atracando as suas mãos na minha anca.
- E tu… ficavas atrapalhado nas aulas quando eu olhava para ti que até te engasgavas! – continuei, alcançando a sua boca.
Num tom engraçado, admoestou-me:
- Não confundas a história verdadeira com a verosímil! Vamos ter de contá-la assim aos nossos filhos.
Sorri.
- É melhor pararmos, não? – questionou ele com os seus lábios no meu pescoço.
- Não. – respondi.

47 comentários:

cherry blossom disse...

e aqui está ela !
perfeita , eu estou viciada , JURO !

cherry blossom disse...

Por mim podias publicar todos os dias que eu não me importava , está a ficar mesmo interessante ... bem do jeito que eu gosto :D
pensa , mas leva avante porque está a ficar realmente boa fofinha !

Rita J. disse...

nenhum dos estilos de musica é o meu preferido xD

Catarina disse...

sim ja acabou $:
obrigadaa

cherry blossom disse...

Esse sonho ainda se vai tornar real , vais ver :D
não vai nada desiludir *-*
eu cada vez que venho aqui carrego no "amei" não consigo evitar :o

Rita J. disse...

ahahah, sim :)
o meu é GRUNGE, sem duvida!

fátima pereira disse...

lindoo.

Rita J. disse...

temos metaleira, i like that!

fátima pereira disse...

Ora essa :D
Obrigada asério!

Rita J. disse...

hummmm.... ALICE IN CHAINS é tipo... ALICE IN CHAINS! agora com o novo vocalista, naaahhhh. o layne era melhor! eheh. mmanson é uma cena mesmo para os meus maus dias. ahah. meto em altos berros e pronto, um vizinho ja se queixou!!

fátima pereira disse...

É mesmo essa a intenção querida!
Como já fiz algumas histórias de amores, pensei em algo diferente.. e o antigo dá sempre aquele toque mais romântico :p. Por o menos é o que eu sinto!

fátima pereira disse...

faz isso querida, a sério que faz!
novas ideias e novos temas é que é preciso!

Rita J. disse...

epá mesmo. eu sou muito bipolar em relação à musica. hoje estou com born this way na cabeça. à bocado deu o world stage mgmt fiquei louca! e pronto, agora voltei ao grunge. estou a ouvir agora nirvana. pronto, o Kurt é aquela coisa

fátima pereira disse...

oh porque então?

Rita J. disse...

ahah mesmo! ontem estava a tomar o pequeno almoço, mudei para VH1 e apareceu Deftones. ahah, o meu dia foi só \m/ *merda*. ahah, lindo!!

fátima pereira disse...

como assim? agora explica, fiquei curiosa :o

Rita J. disse...

tens a noçao que NINGUEM da minha turma conhece tipo alice in chains, nirvana (ou então é só *smells like teen spirit*), ou deftones ou bandas assim. se fores pergntar é: musica house, justin bieber, e afins. comercial music, of course.

Rita J. disse...

entao e guns n roses, rolling stones, the clash, epa cenas assim. nada disso, parecem burros. so olham em frente, nao abrem horizontes. chegam ao pé de mim bue excitadas /os "rita!! conheces esta musica?" e eu conheço seempre. toda a gente diz que sou super culta musicalmente. e finalmente encontro alguem culto! obrigada por poder partilhar c alguem os meus gostos musicais! thank god!!

Rita J. disse...

tal e qual. eu ando sempre com o ipod atras e com os phones. depois bue entusiasmada a falar de algum concerto ou de uma banda q conheci, começa tudo "eh rita, és mesmo chata com isso" . ninguem me compreende!!

allmota disse...

gostei imenso do teu blogue, da forma como tu escreves e te expressas, gostei mm mto, estou a seguir (:

allmota disse...

de nada querida, gostei mm mto, quem me dera poder escrever assim ou ao menos parecido, adorei mm, ja nem sei mais o que dizer e estou a tornar-me repetitiva já ;o

Rita Farinha disse...

a-d-o-r-o :)

fátima pereira disse...

isso é super bom, podes ter uma oportunidade.
é fantástico mesmo, e tu escreves muito bem!

fátima pereira disse...

vais conseguir em qualquer um :).
tu é q és fofita :)

Rita Farinha disse...

De anda ... Oh, é como quiseres :p

cherry blossom disse...

tens razão em Portugal não se aposta em nada de valor e agora é que se vê isso , somos considerados lixo , é triste ... num país de grandes escritores não se valorizar mais a literatura... Não tens de ter medo disso , não tens de ter medo de dar a cara por algo que fizeste e te deu gosto :D
Não desistas !
Tirei sim , ficava feio :p

fátima pereira disse...

quem dera a muitos no blog, fazerem o que vais fazeer!
:)

Catarina disse...

obrigada Sofia :)

fátima pereira disse...

então pq o:?

cherry blossom disse...

Eu nunca gostei muito de Portugal (nem dos Portugueses ) se me perguntarem se tenho orgulho em ser portuguesa , provavelmente irei pensar 3 vezes na resposta :s
Podíamos ser um país fantástico , mas para isso era necessário mudar muita coisa , a começar pela fraca mentalidade das pessoas .

cherry blossom disse...

Já tinha esta imagem aqui para colocar à imenso tempo mas como sou preguiçosa só hoje me deu para lhe meter as medidas certas :p
Obrigado linda *-*
Tu vives onde ?

allmota disse...

mas esta lindo, acredita !

lara beatriz disse...

está lindo! adorei :) beijinhos

fátima pereira disse...

mas aposto que vão ficar contentes :).
muitas vezes mostro os meus textos a minha mãe, e ela fica espantada :o xD

fátima pereira disse...

aposto que vai adorar :p

fátima pereira disse...

obrigada, muito obrigada mesmo!

fátima pereira disse...

que querida :)

lara beatriz disse...

Como podia não gostar? :) Obrigada e tem de melhorar, né? É verdade e por vezes temos que 'despedir-nos' dessas mesmas mm gostando delaa, se nos fazem sofrer em demasia...Ainda bem que gostaste, mas eu não o achei completo e por isso vou escrevê-lo de novo alterando algumas coisas e fico a torcer que alguém goste (: beijinho

cherry blossom disse...

estou mesmo a ver o género querida :o

Helena disse...

Uau, está lindo *.*

Dommin disse...

Pois eu também já fiz algo parecido com a minha cadela e ela não achou muita piada :x
Beijinhoo *

RuteRita disse...

está maravilhoso!

Helena disse...

Muito obrigada pelo elogio, é óptimo saber isso (:
Um beijinho.

cherry blossom disse...

as pessoas de aldeias costumam ter uma mentalidade mais fechada :/

Rita J. disse...

bem eu apanhei uma irritação com aqueles comentários!!! agrrrrr

Rita J. disse...

mesmo. epa é que não sabem por-se no lugar dos outros!

Diana disse...

gostei muito , estou a seguir *