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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Um local especial...


- Leva-me a um sitio especial. - pediu ela enquanto ouvia o som das ondas a embater contra as formações rochosas cheias de crustáceos.
Ele ouviu o seu pedido, exibindo-lhe o seu melhor sorriso. Ele levantou-se sacudindo a areia molhada das suas calças. Estendeu as suas mãos para a ajudar a levantar, puxando-a contra si.
- Deixas a meu critério? - questionou ele enquanto a abraçava.
- Sim. - respondeu firmemente.
Gentilmente, ele conduziu-a ao carro, abrindo-lhe a porta e fechando-a quando ela já tinha colocado em torno do seu corpo o cinto de segurança. 
Ele tirou o seu casaco, atirando-o para o banco traseiro porque estava encharcado. Apesar de ser Verão, a chuva caía copiosamente, mas eles não se danavam com a chuva. Era o seu primeiro aniversário e nem as condições atmosféricas podiam atrapalhar algo tão especial.
A atmosfera dentro do carro era amena, saindo do leitor de cd´s uma música calma e relaxante. Para ela, uma das boas coisas dele era que não gostava de música muito barulhenta, em antítese a outros rapazes. 
A sua condução era calma e mal ela encostou a cabeça ao vidro, adormeceu profundamente. Durante o percurso, e embora ele soubesse que uma pequena distracção podia colocar em risco ambas as vidas, ele não conseguia resistir a acariciar a sua face. 
Os caminhos íngremes e a escuridão que se avizinhava, faziam-no questionar se a sua decisão era a melhor. Subitamente teve de fazer uma travagem porque um esquilo atravessou a estrada. Ele parou o carro e verificou se ela estava bem. Graças a Deus nada tinha acontecido.
Ele tinha chegado ao local. Deixou-se estar dentro do carro a pensar. Pensou, meditou e decidiu que ela tinha o direito de saber. Passado algum tempo saiu do carro e procurou o local, olhando sempre para trás para se certificar que nada lhe acontecia. Depois de o encontrar, correu ao encontro dela e transportou-a nos seus braços até ao local. Sentou-se no tronco de árvore caído e colocou a cabeça dela contra o seu peito, agarrando-a firmemente. Ele pensou em pegar nela e sair dali. Pensou em acordá-la e dizer-lhe o que tinha a dizer e esperar que ela reagisse. Mas... ele sabia que a verdade tinha de ser dita. As lágrimas começaram a escorrer-lhe pelo semblante abaixo e ela estremeceu. Rapidamente limpou as lágrimas.
- Eu tive um pesadelo... - disse ela ainda com os olhos fechados.
- Sonhaste com quê? - inquiriu ele tentando manter uma voz estável, mas saiu-lhe uma voz trémula.
Ela abriu os olhos e olhou-o. Com um laivo de preocupação, perguntou:
- Porque choras?
Ele baixou o olhar e disse:
- Olha à tua volta.
Ela afastou o seu cabelo castanho e vislumbrou a floresta que a rodeava. Aquelas árvores, aquele som de canos a partirem-se, aquela humidade, aquele ar... tudo lhe era demasiado familiar. Olhou em frente. Um pára-choques ainda se encontrava no chão. Debaixo dele, saíram dois esquilos. Depois tocou na árvore em que estavam sentados. Tinha sido aquela árvore que caiu por cima do carro dos seus pais, matando-os ferozmente. Apenas ela sobrevivera àquele acidente. De cinco pessoas, apenas ela sobreviveu. As lágrimas começaram-lhe a cair em catadupa.
- Porque me trouxeste aqui? Porquê? - inquiria ela, soluçando.
- Porque há algo que tu... não sabes. - respondeu, não olhando directamente para ela.
- Sabes quem o provocou? Por acaso sabes quem veio contra nós e depois fugiu? - questionou ela, levantando-se rapidamente e começando a caminhar para a estrada.
Ele ficou imóvel. Estático. Sabia que a ia perder, mas alguma coisa lhe poderia valer?
- Fui eu. - disse em alta voz.
Ela olhou para trás em estado de choque. Deixou-se cair no chão húmido, enquanto chorava. Ele aproximou-se dela.
- Eu não te abandonei. Eu consegui tirar-te fora do carro. Os teus pais e o teu irmão já estavam mortos. - confessou, chorando também. - Desculpa-me! Eu não o queria fazer! Eu vinha com excesso de velocidade... Perdoa-me. - Fez uma pausa enquanto aguardava uma reacção. - Quando te tirei daquele carro, tive a certeza que queria ficar contigo. Amei-te desde aquele momento. Não sabes o quanto me custou ver que estavas incapacitada. Inconsciente. Imóvel! Por favor... perdoa-me.
Ela manteve-se em silêncio. Ele levantou-se e começou a caminhar sem direcção definida. Se ela não o perdoasse, ele iria caminhar até os seus pés estarem em ferida. 
- Espera! - gritou-lhe.
Ele olhou para trás. Talvez ela apenas quisesse dizer-lhe que o odiava. Estava no seu direito. Tinha razões para isso.
Ela correu até ele com as lágrimas ainda a caírem-lhe. 
- Eu não devo deixar isto passar em branco. Eu não posso. Não posso agir com normalidade, sabendo que contribuíste para o desmembramento da minha família. - Fez uma pausa. - Mas... eu estou segura. Estou segura do que sinto e do que sentes. Estou segura daquilo que nós somos e seremos. Estou segura que és tudo aquilo que eu sempre, sempre sonhei.
Os seus olhos irromperam-se numa corrente interminável de lágrimas.
- Mas nós não podemos separar-nos. - Continuou. - Não agora, nem nunca. 
Dizendo isto, acariciou o seu ventre mais acentuado que o normal. 
By Hayley

3 comentários:

- Paty disse...

- mas é mesmo, nem é preciso (:
obrigada minha querida, e eu gostei muito do teu*
um beijo**

Sophie disse...

Lol! Obrigada! beijo :)

- Paty disse...

- Eu só tenho apenas até quinta para preparar tudo, e também ando a adiar muito xD
Os peluches que tenho deram-me, e com muita pena minha, não os posso levar, e por isso, prefiro dar a alguém que sei que cuida deles :c