Às vezes dizem-me que eu sou demasiado "abstracta". Às vezes sou demasiado divertida outras vezes sou a pessoa mais melancólica que alguém pôde conhecer! Outras vezes ou demasiado empenhada nos meus projectos e outras vezes desleixo-me completamente. Acho que sou de "ventos", isto é, vou ao rumo da maré e se vai para um determinado local eu também vou.
Eu acho que sou uma pessoa que só se dedica aquilo que realmente gosta, o que é mau, pelo que eu raramente utilizo as minhas capacidades todas na sua totalidade, exceptuando aquilo que me interessa. Acho que por vezes faço uma delecção de certos conteúdos que acho desnecessários. Não é benéfico, eu sei.
Acho que não fui feita para estudar arduamente. Há um mundo lá fora para explorar! Há vida, há coisas para descobrir! Eu não quero nem consigo estar sempre sentada a ver as letras cheias de Teorias que nunca vou utilizar, fazer contas que nem sequer são necessárias para a minha vida profissional. Basicamente, querem um nível de exigência superior na qual os melhores são os privilegiados. Alguém me explica se alguma vez eu me vou pôr a olhar para um pacote de leite e determinar as suas coordenadas ou então o ângulo formado entre as rectas e um ponto qualquer? Não!
Eu não sou contra a a privilegiação dos melhores alunos. Bem antes pelo contrário, mas nem sempre os alunos com 19 e 20 são os melhores profissionais. As classificações que obtemos são sempre muito relativas e as notas, pelo menos no meu caso, quase só dependem das notas dos testes. A participação, interesse e outras coisas nem sequer contam.
Quando acabei o ensino básico a minha mãe perguntou-me "Queres mesmo estudar?". Com toda a convicção respondi que sim. Tinha tirado excelentes notas e era pena se não continuasse. No entanto, não me arrependo de ter continuado a estudar. Arrependo-me de ter escolhido a área que escolhi, porque eu não estou na área certa. Embora tire óptimas notas não é aquilo que eu quero. E hoje eu tomei uma decisão, quero dizer, tenho vindo a tomar decisões e decidi que vou acabar este curso para começar outro na minha verdadeira área. Pode parecer drástico da minha parte, mas quem tem mais certezas que eu sobre o meu futuro? Eu não quero entrar numa universidade privada num curso que não tem grande saída em Portugal, a minha mãe pagar as propinas para no fim eu não arranjar colocação. Sentir-me-ia menos culpada se entrasse na pública. Custa-me ver a minha mãe pagar algo para no fim eu nem sequer arranjar emprego! Devia ter tirado esta conclusão mais cedo...
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