Querido amigo de infância,
Tu sabes como sou, conheces-me talvez mais do que eu própria. Sabes que apesar de aparentar ser corajosa, insensível e indiferente a todos os comentários, eu não funciono bem dessa forma. Sabes que a minha coragem é relativa e depende da ocasião. Sabes que digo aquilo que não penso quando estou zangada. Sabes que, lá no fundo, me emociono um pouco com cenários de felicidade. Sabes que eu fico a pensar em cada comentário depreciativo que me fazem. Sabes que odeio o Anaconda e todos os filmes que contenham serpentes. Sabes as minhas fobias, sabes que odeio que gritem comigo, embora já o tenhas feito...Sabes como eu funciono. Talvez seja mais fácil para ti adivinhar o que estou a pensar do que as minhas amigas, porque tu conheces-me desde que nasci. Portanto, sabes que eu não consigo falar em certos assuntos. Mudo sempre de assunto porque tenho medo de pronunciar tais palavras tão fortes. Normalmente achas que eu não quero saber de ti...
Apesar da nossa ligação já ter sido mais forte, eu continuo a preocupar-me porque, apesar de tudo, tu foste o meu primeiro amigo! Foste o primeiro que me fez um pedido, e eu rejeitei... :S Por medo... Então, amigo de infância, não penses que me esqueci da "apanha do grilo", da nossa pedra, dos jogos de futebol, das quedas na bicicleta e no skate e das nossas tardes a brincar com o X-men ou o Batman!
Não me esqueci e, a menos que tenha amnésia, nunca esquecerei. Porque tu és... tu! Aquele que eu não posso esquecer porque foste o primeiro em tudo!
Obrigada por continuares a ser meu amigo e... desculpa por ser como tu sabes....
Com carinho,
Hayley
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