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segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Perspectivas...

Querido Mundo,

Eu não acredito no Céu. Não acredito plenamente na vida depois da morte. A minha mãe diz-me que o conhecimento científico altera o nosso modo de pensar religioso e que devemos separar aquilo que aprendemos daquilo que sabemos sobre a Bíblia e a vida de Jesus. Na verdade, eu não consigo fazê-lo. A minha mãe não tem estudos suficientes para ter a experiência de se acreditar mais na ciência do que na religião.
Eu não sou uma cristã fervorosa. Tenho as minhas crenças, as minhas dúvidas que são mais que as minhas crenças. Eu não posso admitir em casa que não sei até que ponto sou cristã, porque seria julgada durante toda a minha vida.
Eu acredito em Deus. Acredito que há algo para além do Homem que tem poderes extraordinários sobre os Homens! Acredito que tem de haver uma força sobrenatural que coordena e determina certas coisas. Coisas pontuais. Não acredito naquela parábola da Bíblia que fala da criação de Adão e Eva. Não consigo perceber (que é bem diferente de acreditar) como Jesus nasceu. Apenas o consigo perceber com base na ciência e, mesmo assim, supõe-se que tenha nascido por partenogénese! Que cristã sou eu?...
Eu não consigo acreditar em coisas que não possam ser comprovadas. Lembro-me de nas leituras bíblicas a certa altura dizer "Felizes daqueles que acreditam sem ver porque deles será o Reino dos Céus.". Mas... serei eu uma "infeliz"?
Como posso eu acreditar que há vida para além da morte se ninguém o testemunhou? Talvez sintamos os vermes a decomporem a nossa pele, a "comerem-nos" no sentido literal da palavra!
Eu não tenho propriamente medo de morrer. Não quero sofrer muito, embora saiba que estou a lançar-me de cabeça ao comodismo... Eu tenho medo do outro lado. Tenho medo de não existir um local onde possa descansar em paz, onde possa desfrutar um pouco da tal Paz! Tenho medo de saber que tudo aquilo que diz na Bíblia é mentira e ter a plena consciência que fui educada numa mentira... Estou tão confusa! Gosto de me sentir segura nas minhas decisões e nos meus actos... não gosto do meio termo. E eu, neste momento, não me sinto segura nas minhas decisões...

Com carinho,
Hayley

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