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domingo, 23 de janeiro de 2011

O Jornalista - IX

Eu nunca tinha encontrado a verdadeira definição de felicidade antes de conhecer Jared. Sempre pensei que o amor verdadeiro e a protecção mútua fossem meras mentiras que as mulheres diziam. Sempre fui ensinada a pensar com a minha racionalidade e não com o meu lado emocional, em antítese a Jared. Essa coeva linha de pensamento em mim, veio a manifestar-se cada vez mais à medida que passávamos os dias juntos. 
Ele não me deixava fazer nada, excepto trabalhar. Levantava-se todos os dias cedo, preparava tudo, o que me deixava, na maioria das vezes, furiosa. Para além do seu intuito de protecção excessiva, não parecia importado com a opinião de Oliver, que reagiu pior do que imaginava...
No dia seguinte à derradeira notícia, Jared não conseguia esconder o seu sorriso, a sua alegria nem tampouco conseguia conter o seu precoce intuito protectivo.  Interpunha-se entre mim e quem me quisesse falar só para que o "McCallen Júnior" não levasse uma pancada. Toda a gente estranhou o seu bizarro comportamento, e para agravar a situação, eu era portadora de uma informação, na qual quase todos os membros do escritório vieram falar comigo. Conclusão: passou o dia a perseguir-me, menos quando Larry anunciou a minha saída com Oliver. Os seus olhos, fulminantes, coincidiram com os meus na expectativa que eu rejeitasse. Porém, isso não aconteceu. Eu aceitei. Jared ficou furioso e eu sorri sorrateiramente. Ficava adorável quando estava zangado!
Segui Oliver a passo lento.
- Então... como tens andado. Agora quase não falámos.- comecei.
- Óptimo, Hazel. E tu?
- Também.
Ele olhou para mim de alto a baixo.
- Estás... diferente... - comentou com cepticismo. - O teu rosto está mais harmonioso... aquele canalha engana bem... - murmurou.
Vociferei.
- Oliver, não voltemos a esse miserável assunto. Sabes perfeitamente o que eu penso sobre as tuas teorias da conspiração. - Suspirei. - Afinal, o que pretendes com isto tudo? Separar-me dele? Sentes alguma coisa por mim, é isso? - abordei-o com violência.
Ele ficou pasmado a olhar para mim.
- Não, a minha intenção é abrir-te esses olhos. Fazer-te ver claramente, dado que a tua teimosia ofusca toda a verdade! - resmungou.
- Não respondeste à minha última questão, Oliver. Preciso de saber.
Com apenas um só braço, fez com que eu embatesse contra a parede beijando-me logo de seguida. Tentei repeli-lo mas a sua massa corporal era elevada, quase impossível de ser movida por mim. Mesmo assim não desisti. Desatei aos murros contra o seu peito.
- Era esta a resposta que querias, não era? - questionou retoricamente. - Aqui está a resposta. Sim, e não tenciono parar com as minhas investigações!
Eu estava completamente desolada! Queria desaparecer, dizer-lhe milhares de coisas que estavam entaladas na minha garganta, fazê-lo ver que nada havia de mudar entre nós nem a curto e longo prazo. Estava tão atordoada que a primeira coisa que ocorreu a dizer-lhe, foi a pior coisa que alguma vez já lhe tinha dito. Os seus olhos esbugalharam-se, o sentimento de perda e de desilusão apoderaram-se dele quando lhe comuniquei que estava grávida de Jared. Subitamente ele cerrou os seus punhos, fechou os seus olhos e duas lágrimas caíram-lhe. Apetecia-me abraçá-lo, dizer-lhe que não era razão para ficar assim porque por muito que o amasse como amigo, não conseguia amá-lo como amava a Jared. Talvez se não tivesse conhecido Jared, a nossa relação pudesse ter avançado. 
- Está bem... - limitou-se a dizer.
Abruptamente, ele começou a correr na direcção oposta. Clamei o seu nome, mas ele não reagia, continuando a correr. Tentei apanhá-lo, mas as pernas falhavam-me constantemente.
Ouvi Oliver a chamar por Jared e temi o pior. Já não me importava o estado débil das minhas pernas. Corri o máximo que consegui e consegui ver Oliver a preparar-se para esmurrar Jared que apressou-se a prender o seu punho com a sua mão. Quando vi que ele se tinha defendido, respirei de alívio.
- Oliver, eu não te quero magoar. Afinal, o que se passa? - questionou calmamente.
Oliver, por sua vez, estava desnorteado. Tremia, o que me preocupava.
- Tu deves pensar que sou parvo, não é? Que sou um alvo fácil de enganar. O que pretendes? Hã?! Por que vieste? Para atrapalhar a minha vida? - vociferou com a voz a falhar-lhe constantemente. - Eu sei que tu não és quem dizes. Não és tampouco um cidadão comum! Sei que tens uma ligação qualquer ao "Fantasma" e que não és jornalista nenhum! - Tentou agredi-lo com o outro braço. Jared defendeu-se mesmo a tempo. - Admite! Ela está aqui! Só lamento o facto daquela criança que ela carrega seja filho de um delinquente!
Dito isto, deu-lhe um pontapé na barriga que o atirou contra a secretária. Eu entrei em pânico. A sala estava deserta e eu tinha receio de os deixar sozinhos! 
Jared levantou-se desajeitadamente, completamente despenteado. Temi pelo que ele ia fazer. Ele conseguiu imobilizar Oliver, atirando-o para o chão esmurrando-o uma série de vezes. 
- Aguardei uma série de vezes para te fazer isto. - murmurou. - Já me estavas a causar nervosismo desde o primeiro dia que tive o desprazer de te conhecer.
Corri para tentar separá-los mas Jared estava também descontrolado e tentou de todas as vezes repelir-me com cuidado. 
Enquanto eles continuavam naquela luta interminável, procurei alguém que me pudesse socorrer. Felizmente Larry tinha acabado de chegar e rapidamente se dirigiu ao local. Quando cheguei, já Jared estava encostado a um canto e Oliver preso com uma algema a uma estante metálica pregada ao pavimento. Lançavam impropérios um ao outro. Larry admirava negativamente toda a destruição que aquelas criaturas rebeldes tinham deixado. 
- Eu não quero acreditar que vocês fizeram isto! - disse Larry, pontapeando um monitor partido. - A que se deveu a discussão? - questionou furioso. 
Nenhum respondeu. Olhou para mim. Eu não conseguia falar devido ao choque.
- Ah! Deixem-me adivinhar! Hazel foi o motivo desta luta patusca, não foi? - voltou-se para Oliver que brotava sangue do nariz. - Nunca te disseram que é feio cobiçar as coisas alheias? Nunca a tua mãe te ensinou? - voltou-se para Jared que tinha o lábio rebentado. - E tu? Não sabes esconder toda a tua felicidade? Sabias perfeitamente que este paspalhão era doido por ela! Querem saber mais? - fez uma pausa. - Estão suspensos durante uma semana!
- Larry, a culpa não foi de nenhum deles. A culpa apenas me pertence. Eu dei uma notícia a Oliver que o descontrolou e eu não me tinha apercebido das consequências que essa notícia podia acarretar.
- Hazel, não tentes colocar toda a culpa em cima de ti. Mais cedo ou mais tarde todos iriam se aperceber. - disse Jared ainda encostado à parede com a camisa rasgada.
- Que amoroso que és! - comentou Oliver com escárnio. - Já me podes tirar daqui, Larry? - questionou tentando derrubar a estante. - Eu não quero sujar mais as minhas mãos. Não tanto quanto ele. - sorriu.
Larry soltou-o e estabeleceu uma barreira invisível entre eles. Mal ele saiu juntamente com Larry, Jared puxou-me contra si. 
- Desculpa! Eu não queria dizer-lho... ele... - choraminguei.
Ele acariciava-me o cabelo.
- Eu vi. 
Larguei-o por instantes e olhei-o.
- Foi contra a tua vontade. Eu sei-o. - apertou-me as bochechas e sorriu como se nada tivesse passado. - Eu vou embora... por uma semana, mas quero que te cuides. 
Era disto que eu gostava nele. O Apocalipse podia estar a chegar inexoravelmente mas ele conseguia fazer com que eu me sentisse melhor, com que eu não ficasse preocupada. 
Ajudei-o a ir até ao carro. Larry autorizou-me a perder o resto da manhã. 
Mal chegou, tomou um banho rápido e eu procurei a caixa de primeiros socorros. Não podia deixar com que as feridas infeccionassem. 
Ele vestiu umas calças de fato de treino e não vestiu uma t-shirt. Sentou-se na cama e eu comecei a desinfeccionar com água oxigenada. 
- Au! Isso arde! - queixou-se repetidamente.
Nunca tinha reparado seriamente em mais nada no seu corpo, para além dos seus músculos. Os seus braços estavam repletos de cortes e algumas cicatrizes que pareciam recentes. Algumas delas pareciam ter sido cozidas por alguém com pouca prática. Fiquei abruptamente absorta.
- Hazel chamada à Terra! Em que estás a pensar?
- Caíste muitas vezes em miúdo... - observei.
Ele percebeu que eu estava a falar dos seus braços.
- Sim, caí como todas as outras crianças da minha idade. E algumas fi-las em disputas em alguns bares... - confessou.
Fiquei a cogitar no que ele havia dito. 
Abruptamente ele puxou-me contra si e dispôs-me deitada ao seu lado. 
- Era capaz de ficar para sempre aqui. Ao teu lado. - sussurrou.
Acariciei-lhe a face ternamente. Ele colocou as suas mãos no meu ventre um pouco elevado e sorriu.
- Jackson McCallen. 
Sorri.
- Jackson Charles McCallen.
As nossas bocas colidiram. 


13 comentários:

ana disse...

Por favor Hayley, continua isto rápido!

Catarina disse...

como sempre fantastico. adoro mesmo a tua maneira de escrever. como a 'Nó' diz: continua *-*

Junior Rios disse...

Concordo com os outros comentários, Hayley,CONTINUA!Não nos deixe por muito tempo só na expectativa!

Bjo

Catarina disse...

boa sorte +.+

Alexandra M disse...

obrigada*
estava um pouco zangada sim, mas é algo que passa rápido :)

ana disse...

Ainda bem que pensas assim. Muita gente se deixa ir abaixo por alguns comentários, vê-se muito disso!
Beijinho*

Lucy disse...

Tens uma forma de te expressar fabulosa =)
O aspecto do blog está super elegante...
Beijinhos

Anónimo disse...

Olá Hayley, tenho que te dizer que rialmente o blog teve uma grande mudança! mesmo muito grande!
Está cada ve melhor!!
nem parece o blog de alguns tempos atás!

Anónimo disse...

Adoro o mocho! Faz-me lembrar Sabedoria!

Anónimo disse...

Estou cada vez mais entusiasmada com a História!

Lucy disse...

Bom fim de semana =D

lara beatriz disse...

Adorei, mal posso esperar para ler mais. (:
beijinho :*

lara beatriz disse...

De nada, fazes bem. :) beijinho