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sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

O Jornalista - VIII

Um turbilhão de ideias surgiam-me. Não sabia por onde começar. Enquanto conduzia o velho Ford que rangia por todos os cantos, a mãe de Jared convidou-nos para comemorarmos o aniversário do filho em casa dela. Por um lado, não queria ir, apesar da senhora estar muito mais simpática e ter-me já dado alguma confiança. Substituía, de certa forma, a minha mãe. Era uma óptima senhora, tal como John, o pai de Jared. Já o seu irmão, mantinha-se mais reticente à nossa relação. Eu achava o Jason tão... diferente dele. Fisicamente, eram semelhantes, embora, segundo Erin, Jared sempre fora mais dotado para levar as coisas para o seu lado emocional, enquanto Jason sempre aplicava a sua exorbitante força. Daí a ser fuzileiro... No entanto, de vez em quando, dirigia-me a palavra para zombar de mim pelos meus escassos ou até mesmo inexistentes, conhecimentos de basebol. Jared lançava-lhe sempre um olhar deveras ameaçador, que o fazia calar durante algum tempo. Audrey, a sua esposa, era uma pessoa muito tímida. Tinha medo de me pedir para lhe passar o sal ou o sumo. Nunca tive grande curiosidade de a conhecer profundamente. Nem para Erin ela falava muito, mesmo vivendo debaixo do mesmo tecto. 
Quando cheguei a casa depois de ter ido à farmácia mais próxima, dediquei-me a fazer alguma coisa para levar. Na verdade, estava entusiasmada com a ideia de irmos jantar a casa dos pais dele. Estava tão entusiasmada, que em vez de ir a casa buscar um casaco porque tinha sujado o meu, decidi ficar em casa. Mal cheguei a casa, ataquei vorazmente um copo de gelado de baunilha e morango. Ainda havia outro no congelador, mas achei melhor ficar por ali. 
O meu telemóvel começou a tocar. Premi a tecla para o atender.
- Onde estás? - questionou, aflito.
- Calma! Estou em casa. - respondi. - Não vou trabalhar de tarde. Vamos jantar a casa da tua mãe, certo?
- Tem de ser, não tem? - inquiriu, com um laivo de descontentamento.
- Convinha... embora não me apeteça ser vítima de um fuzileiro... - Sorri. - Até logo!
Resolvi dar uma pequena limpeza à casa. Quando terminei, sentei-me no sofá a ler mas acabei por adormecer, acordando pouco antes de Jared chegar. Quando vi as horas, quase que tive um ataque! Tinha dormido quase quatro horas. Tomei um banho num instante e vesti-me para me dirigir directamente para a residência de Erin e John. Procurei um dos presentes de Jared e dirigi-me para o carro, onde ele me esperava.
- Eu estava preocupado contigo! Sais, não dizes nada! A Hannah disse-me que tinhas ido comprar champô... onde foste afinal? - questionou com nervosismo.
Esbocei um sorriso.
- Fui... à cabeleireira e depois vim para casa para tentar fazer alguma coisa para levarmos para casa da tua mãe, mas deixei tudo queimar porque adormeci... - menti.
Ele olhou-me de soslaio.
- Hum... deixaste queimar tudo? Adormeceste?
- Sim, adormeci. Acabei de acordar. Até estraguei o meu penteado. - referi apontando para o meu cabelo exactamente igual a todos os outros dias.
Ele disse com fleuma:
- Não me tentes enganar... o teu cabelo continua castanho, comprido, exactamente com a mesma forma e o mesmo comprimento.
Ele não estava a gostar muito da minha pequena mentira inofensiva e eu não estava a gostar daquela sua desconfiança.
Finalmente chegámos a casa da mãe dele. Duas crianças correram em torno de nós. Vi como os seus olhos sorriam ao olhá-las a correr. Apetecia-me dizer-lhe, mas era demasiado cedo. 
Erin veio logo cumprimentar-me, seguindo-se Audrey que estava envergonhada mais uma vez. Jason acenou-me, o que me impressionou. Retribuí. John estava a tratar do churrasco no quintal, assim como Jason e dois primos gémeos com cerca de quinze anos. Todos correram a cumprimentarem-no e a felicitá-lo pelos seus recentes 33 anos. Ele não estava nada feliz por isso... eu sabia-o. 
Fui ajudar Erin a colocar a mesa e a preparar o que faltava do jantar, enquanto Jared ficou a montar um puzzle com as irmãs Laura e Leah.
- Sente-se feliz, Hazel? - questionou, Erin enquanto eu preparava a salada.
- Sim. - respondi. - Por que pergunta?
Ela sorriu.
- Nunca o vi assim! Ele parece que está no auge de felicidade! Já não liga tanto às provocações de Jason e está tão alegre! O que lhe fez?
Sorri.
- Absolutamente nada. Apenas... vivemos.
- Lembro-me perfeitamente quando ele era miúdo... era um rapaz muito bem comportado na escola, sempre muito interessado. Gostava muito daquelas armas de plástico e sempre que saímos, queria uma nova. Cheguei a temer todo esse fascínio... - suspirou. - Eu gosto de si, Hazel. Acho que colocou mais um pouco de juízo naquela cabeça dura!
- Sempre o achei ajuízado.
- Em relação a Jason, sem sombra de dúvida que o é! Mas ele teve uma adolescência tardia. Ele fazia muitos disparates quando tinha 20 e tais... agora parece que está de volta.
Dei-lhe uma leve palmada no braço.
- Eu acho-o um dos homens mais maravilhosos que alguma vez conheci. - Sorri. 
- Às vezes nem quero acreditar que ele já tem 33 anos... Há precisamente 33 anos, ainda era um recém nascido com pouco mais de 50 centímetros e agora já tem mais que 1,80 metros! - Soltou uma gargalhada pouco sonora. - É impressionante que apenas damos conta do seu abrupto crescimento quando é o seu aniversário... Ele já não é mais uma criança, e eu nego-me a ver isso. Outrora o fora. Estamos mesmo a precisar de uma criança em casa como ele! Alegre, simpática e sábia...
- Quem sabe... temos de pensar, qualquer dia nisso. - Sorri.
Ajudei-a a levar os pratos para a mesa, bem como tudo o que era necessário. Imediatamente todos se sentaram em redor da mesa. Laura e Leah disputavam o único local ao lado de Jared. Ele tentava acalmá-las, mas elas eram pequenos demónios! A mãe advertiu-as e eu acabei por ficar no lugar que elas queriam, mas não se ralaram comigo. Fiquei precisamente ladeada pelos irmãos McCallen. Jason, como sempre e para não quebrar a tradição, troçou pelo facto de eu não saber o nome de todos os jogadores existentes à face do globo terrestre. Ignorei-o, confrontando-o também se me sabia dizer quais os nomes de todos os assassinos em série da América ou apenas de Montana. Só sabia o "Fantasma". 
Todos quiseram pormenores sobre o caso, mas eu não lhes podia fornecer nada.
- E que tal mudarmos de assunto? - sugeriu Jared. - Estou farto que falem em trabalho! - disse, irritado.
Começamos então a falar sobre crianças, da alegria que elas podiam trazer a uma casa. Jason, como sempre, confrontou-nos. Eu ruborizei mas Erin pediu-me ajuda, pelo que eu agradeci. Audrey também ajudou a levantar a mesa. Os homens ficaram a ver televisão e a ver cerveja, o que para mim era asqueroso...
Fiquei encarregue de transportar o enorme bolo para a mesa e colocá-lo em frente dele. Com a sorte que tinha, ainda ia tropeçar nos meus próprios pés ou deixá-lo cair. Porém, a minha previsão não aconteceu. Cantámos em uníssono a típica canção... ou quase em uníssono, dado que Jason, "o palhaçinho" como eu lhe tinha chamado nesse dia, resolvia começar de novo quando se lembrava. Até tinha piada, mas não queria concordar com ele em nada. Obrigaram-no a trincar as velas após tê-las soprado com força suficiente para apagar mais de uma dezena. Na azáfama de ir buscar os presentes, todos saíram da mesa.
- Sabes quais foram os desejos que pedi? - questionou.
Sorri.
- Sei.
- Então, coopera.
Soltei uma gargalhada. Ele também sorriu.
As irmãs entregaram-lhe um desenho que ele agradeceu, ficando maravilhado! Segui-se a sua mãe, depois Audrey e Jason, todos os primos e eu tive de esperar para o final.
- Finalmente chegou a minha vez. - disse em tom de brincadeira.
- Cada um tem o que merece, maninha! - comentou Jason. Ignorei.
- Eu não queria nada, especialmente teu. - disse bem alto. - Dás-me tudo o que necessito todos os dias.
Um uníssono de "oh!" e suspiros fez-se ouvir. Evidentemente que ruborizei e não consegui responder nada que se aproveitasse.
- Hum...hum... mas... eu comprei-te isto. Não é suficiente por tudo aquilo que também fazes por mim.
Jason começou novamente com os seus comentários patuscos e desnecessários. Erin, deu-lhe uma pancada no braço.
Eu não lhe queria dar aquele presente. Algo maior esperava-o e era esse que eu queria que ele abrisse. 
Todos estavam curiosos por ele abrir o presente, mas não era nada de mais. Tratava-se de um perfume que ele já andava a namoriscar há algum tempo. Todos esperavam que eu lhe oferecesse um anel ou algo do género, mas eu era ainda da mentalidade que os homens é que deviam dar às mulheres.
No fim de tudo, fomos embora. Ele estava cansado mas feliz. Não disse quase nada pelo caminho, excepto que nunca pensou dizer a uma mulher aquilo que me tem vindo a dizer e o facto de eu ter comido como se não tivesse comido há mais de uma semana.
Sorri à sua observação.
Ele abriu a porta e atirou-se para cima da cama, puxando-me também. Ele estava prestes a adormecer enquanto me acariciava o semblante.
- Jared... - disse a medo. - eu tenho uma coisa para te dizer.
Ele levantou-se e olhou-me com cepticismo e parecia ter ficado abruptamente triste.
- Vais acabar comigo, Hazel? - questionou olhando para cima.
Sorri.
- Não, óbvio que não.
Entreguei-lhe uma pequena caixa embrulhado com um papel engraçado e com um laço no topo. Ele olhou-me com curiosidade e rasgou o papel.
Tentei não falar antes do tempo, mas explodi.
- Eu estou grávida, Jared!
Ele levantou-se freneticamente, com os olhos em lágrimas, com um grande sorriso enquanto as lágrimas escorregavam-nos pelas faces. Ele beijou-me.
- Eu... eu... pedi esse desejo hoje e... assim do nada, dás-me esta notícia que anseio desde há muito tempo! - disse, completamente eufórico.
- Lamento não te ter contado antes, mas eu queria fazer-te uma surpresa. 
Ele pôs-me a mão no ventre, ajoelhando-se e murmurando:
- Meu pequeno McCallen, eu sou o teu pai. - E desatou a chorar como uma criança.
To be continued...

10 comentários:

ana disse...

Para não variar, gostei muito! Só me apetecia ler mais. Ansiosamente espero pela continuação.
Beijinho

ana disse...

Ola! Obrigada :) Eu acho que não chega a talento. Beijinho*

lara beatriz disse...

adorei, mais uma vez! (:
beijinho :*

lara beatriz disse...

Olá, ó ora essa, não tens nada que agradecer. :)
Muito obrigada. A tua está simplesmente espetacular, a sério. o:
Beijinho grande :*

Lord Daniel Salem disse...

olá linda! Venho agradecer por você ter gostado dos meus Wallpapers! Obrigado mesmo! Espero que você tenha baixado e colocado em seu desktop :D

Beijão e volte sempre!

P.S. vi que você mudou o nome do teu blog.
Até que gostei deste novo nome ^^

ana disse...

Ola! Então, é só ires a envio de mensagens e carregar em editar paginas, depois la é fácil de entender :)
Beijinho

lara beatriz disse...

Obrigada! Estou ansiosa para ler mais do "Jornalista" é deveras interessante. :)
Estou seriamente a pensar em continuar a escrever, é sempre algo interessante de se fazer, só espero que sejam agradavéis de ler. :)
Beijinho grande :*

ana disse...

Explicaste-te bem, e fazer isso é tal como eu te disse. Não são necessários códigos nenhuns!

ana disse...

Claro! Estás à vontade Sofia/Hayley :)

ana disse...

De nada!