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segunda-feira, 8 de agosto de 2011

O Amargo Fim

E simplesmente tudo parecia negro e apocalíptico, em antítese ao resplandecente Sol que se vislumbrava do exterior, entrando pelas frinchas mal fechadas do estore. Ela abriu os olhos e viu tudo numa cor monocórdica e mórbida que lhe afligia a alma e a fazia brotar lágrimas cada vez que acordava e via que um novo dia havia nascido mas com ele não havia vindo toda a jovialidade de outrora, coisa que era normal numa linda manhã de Setembro.
Talvez fossem os pesadelos que a assolavam constantemente. Talvez fossem os gritos da casa do lado. Talvez fosse o maldito despertador vermelho que anunciava diariamente a hora de acordar e enfrentar um novo dia. Talvez fosse a idade que não perdoava e a fazia querer desaparecer. Talvez fosse o mundo e a sociedade. Talvez... fosse ela própria. Ou, talvez, ninguém. 
Mas o que era certo era que ela não aguentava tanta agonia, sentimento de culpa incurável e persistente que a perseguia como se fosse uma sombra. Era como se estivesse escrito na sua testa, bem visível, e em letras maiúsculas e berrantes, o tremendo erro que havia cometido num pretérito. E quando as pessoas a olhavam, ela encolhia-se e esgueirava-se, constatando que elas sabiam o seu segredo. Mas, efectivamente, saberiam? Saberia ela própria o segredo que carregava mesmo depois de tudo? Estaria ela consciente de que nem tudo o que os seus olhos viam era, verdadeiramente, o que se passava? 
A vida pregou-lhe rasteiras. Colocou-lhe obstáculos mesmo quando ela tentava dar um passo em frente. A sua mente, pouco sã, construiu barreiras e mais barreiras que deixaram com que ela fosse ela própria e passasse a ser um ser medonho e bizarro, na qual ninguém podia tocar, olhar nem sequer falar. A mente traiçoeira traiu toda a confiança que ela tinha depositado nela ao longo dos anos e deixou de agir com ela. Mas, de facto, nem com o coração ela podia agir: tinha sido levado para debaixo da cova há imensos anos e, provavelmente, vermes já tinham decomposto o seu pequeno coração que batia desalmadamente por apenas um ser: alguém que enquanto viveu, lhe forneceu todo o combustível para sobreviver e ultrapassar os trapaceiros obstáculos que se elevavam majestosamente. Forneceu-lhe aquilo que ninguém lhe deu na vida terrena. Mas tudo terminou. Até ela.

P.s Não sei por que razão escrevi isto, mas apeteceu-me. Claramente é inventado e não tem continuação. Quero aproveitar para dizer que só volto Domingo! 

6 comentários:

Julie D´aiglemont disse...

Boas férias, então, Beijinhos.

Gonçalo disse...

simplesmente adorei e tens ca um geito *_* os teus dois blogs sao magnificos!!

Anónimo disse...

Gostei do texto...parabéns...boa noite.

Anónimo disse...

A mim quer-me parecer que era mas é o receio de resolver o problema, fosse ele qual fosse. :)

Laísa Couto disse...

Hayley,

tu escreves maravilhasamente bem, escorregamos pelos sentimentos íntimos da personagem, sentimo-nos tão igual a ela, um reflexo sutil de uma alma imaginária a persuadir o leitor...

Parabéns! Espero pelo domingo!

Rita Castro disse...

post novo, minha querida.
http://o-hello-new-york.blogspot.com/