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domingo, 17 de outubro de 2010

"Um dia vais apaixonar-te!"

Querido Mundo,

Apesar de eu saber que tudo na vida tem um propósito e que devemos ser pacientes, eu não consigo. Nunca fui muito paciente e estou a anos-luz de o ser. Quando eu era uma pequena rapariga, sonhava chegar aos dez anos para começar uma nova etapa na minha vida - a entrada para o ensino básico. Sonhava conquistar muitos amigos, ser uma aluna brilhante e ter alguém em quem confiar plenamente. Cheguei aos dez anos e não conquistei nenhum amigo novo. Conquistei desavenças. Quando cheguei aos dez anos, rezei para que os doze anos chegassem depressa porque não queria ter mais dez anos e ser vista como uma "minorca". Aos doze anos, já era uma adolescente e queria avançar na idade porque estava farta de ser zombada por todos pelos meus quilinhos supérfluos. Aos doze anos, desejei ter treze. Aos treze anos a minha vida deu uma volta de 360º. Já não era zombada, era temida. Deixei de ser aquela miudinha que chorava em casa porque todos a gozavam. Comecei a distanciar todos de mim. Eu precisava de estabelecer um escudo protector em torno de mim. Estava farta que todos me zombassem. No entanto, apesar de distanciar algumas pessoas de mim, foi a idade com que mais me diverti. Estupidamente, desejei ter catorze anos. Ora, a ligação entre mim e as pessoas voltou-se a intensificar, porque apesar de tudo, era o último ano em que a turma ia ficar unida. Apercebi-me de que o meu escudo invisível apenas serviu para me sentir segura, e que lá no fundo, havia pessoas que gostavam de mim. Arrependi-me de ter sido tão cruel e insensível com algumas pessoas. Aí decidi que queria ter sempre catorze anos para conhecer todas aquelas pessoas que faziam parte da minha turma, para de certa forma compensar o tempo perdido. O tempo não voltou para trás. Aos quinze anos, continuei a estudar mas sem mudar de escola. A certa altura julguei que tinha encontrado uma palavra que nunca tinha entrado no meu dicionário "Amor". Cheguei a sentir que ele era recíproco mas o meu feitio quase sempre céptico, não ajudou em nada. Esse sentimento nunca tinha entrado no meu dicionário de vida, daí a eu não saber exactamente como se processava. Mais uma vez, quis avançar na idade. Fiz os dezasseis anos. Conheci muita gente que não queria conhecer, fui julgada imensas vezes, novamente fui gozada não pela maneira física mas psicológica. Eu sei que não sou completamente normal, e daí? O meu intelecto não tem de ser igual ao de ninguém nem tenho de pensar da mesma maneira que os outros. Não tenho de gostar de uma música só porque a maioria gosta. Não tenho de gostar de um filme, só porque todos gostam! Não tenho de escolher uma profissão de acordo com a opinião dos outros. Não tenho de ter um namorado só porque todas as raparigas têm! Eu deixei de acreditar no amor. Eu não gosto de saber que sou admirada por alguém. Fascínio e Amor são conceitos distintos. Eu não consigo perceber como funciona, nem como acontece... Quem gostaria de mim? Espero que ninguém...
Talvez descubra o significado dessa palavra quando sentir algo... estranho.


 Com carinho,
                                                                                                                                              Hayley


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