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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Até o Mundo Acabar - II

Nunca havia dado crédito ao que Abraham sempre me havia dito: "Um amor de liceu não dura para sempre." Cada vez que ele proferia essa frase com toda a sua sabedoria, eu ria-me dele e alegava que ele nunca havia tido um verdadeiro amor, por isso não sabia o que era ter certezas. 
Eu devia estar num estado de cegueira eminente que não me deixava ver com clareza o que se passava nem ver o carácter daquele canalha. 
Eu nunca havia sido a mais linda da turma nem tinha dezenas de amigos que me enchiam de elogios sobejantes e  presentes imponentes. Não tinha roupas lindas, de marca nem acessórios de fazer todos pararem a sua respiração e olharem para mim como se eu fosse o mais recente modelo da Victoria´s Secret. Não era extrovertida, elogiada pelo que era exteriormente e, muito menos, tinha pessoas interessadas em mim. Pelo contrário, sempre tinha sido acanhada, introvertida e demasiado invisível para alguém reparar em mim. Eu não era como Daphne nem a sua legião. De certa forma, também não queria sê-lo. Mas, sem que eu esperasse aquilo que eu mais temia apareceu, mostrando-se como um raio solar num dia lúgubre e gélido. Apareceste na minha vida, meu canalha infeliz, sem pedires autorização arrancando de mim toda o amor que eu tinha para dar e todo aquele amor que eu não sonhava sequer ter. Recordo-me como se fosse hoje aquele homem ávido que eras com o cabelo num desalinho acastanhado, contrastando com os teus olhos cor de avelã que se fundiam numa cor próxima do caramelo, num tom tão doce que eu julguei que os teus pensamentos eram dirigidos a mim. Mas não. Eu apenas tinha ganho o papel secundário de toda a história. Aquele papel que estrelas rejeitam na Broadway por não ter qualquer relevância. Talvez o meu problema tenha sido precisamente esse: aceitar um papel que me dava um total descrédito. Mas o que se poderia esperar de uma campónia?
Sempre me viste como uma tubo de escape: quando precisavas de mim, eu tinha de lá estar para te agradar e para te servir de bom grado quando não me apetecia. Tinha de estar pronta para satisfazer todos os teus desejos carnais mesmo quando a repulsa se abatia sobre mim. Fizeste-me sentir tantas vezes suja que eu passava o resto da noite enfiada na banheira com água até ao pescoço. Fizeste-me sentir desprezada, alegando que eu era uma demente por pensar numa traição mas, afinal eu possuía a razão. Eu sabia-o e, embora a desilusão, por vezes me absorvesse, nunca cometeria um acto suicida. Não merecias tamanha atenção nem tamanho favor. No entanto, meu canalha, sabes que apesar de provinciana sempre fui habituada a fazer tudo pelas minhas próprias mãos e os bons velhos hábitos nunca se perdem. Nunca se perderam e... nunca se perderão. 

17 comentários:

Anónimo disse...

Tu és uma maravilha de escritora, Hayley.

-sofia disse...

Amei *-* Escreves mesmo bem (:

-sofia disse...

De nada :)
Começei à pouco dias; mas sim escrevo, é uma fanfic.

lara beatriz disse...

estou a amar, fico contente por estares a escrever uma história tão diferente :)

Unknown disse...

Hayley, está sempre surpreendendo aos seus leitores. Sabe criar todos os tipos de personagem e cada um com uma personalidade distinta. Admiro muito seus escritos, você sabe...

Catarina disse...

Estou a adorar completamente. (ja te respondi no facebook)
adoro mesmo a tua escrita e a forma de te explicares. das-me esse teu dom Sofia?

Catarina disse...

um dia ainda has-de ser a minha inspiração, o meu ídolo :3 vou comprar todos os teus livros
obrigada a sério e fico muito feliz por teres ficado feliz por ter voltado ahah. Quer dizer que faço a diferença pelo menos para alguém

Catarina disse...

Eu digo isto pq n sou tens um vocabulario muito extenso, que eu jamais conseguirei alcancar mas e o que gosto de ler. Gosto de palavras caras que dao um tanto ou pouca dificuldade na leitura e afastando o texto da banalidade

mariainês. disse...

só espero é não te desiludir :o

mariainês. disse...

também eu gostava :p
tipo, o inicio da minha história na minha opinião é um pouco parado, porque quero levar as coisas com calma, não quero que aconteça tudo de uma vez e muito rápido. Espero que gostes :)

Ana. disse...

gostei muito
sigo

Ana. disse...

tens toda a razão... e muito obrigada eu, obrigada pelas tuas palavras sinceras (:

Anónimo disse...

Desculpa-me a indiscrição, mas tens que idade?

Cassandra Lovelace disse...

eu já tinha lido mas estava no Explore e não conseguia comentar.
Então, estranhei IMENSO por ser um capitulo tãaaao pequeno, alem disso começaste com um capitulo pequeno.
Mas pronto.
Aleém disso, tem o que se precisa para um segundo capitulo, ou o que tu queres dar a conhecer!
No entanto, deu imenso a conhecer sobre a personagem principal, gostei imenso!

lara beatriz disse...

Olá, não tens de quê. É sempre bom variar, por pouco que seja. Eu também, é horrível querer escrever e a inspiração sumir. :c
Obrigada e eu a ti, beijinho.

Anónimo disse...

Olá (: mudei de blog, e gostava que me voltasses a seguir lá, é muito importante para mim! aqui fica o link: http://nuriamiriamgomes.blogspot.com/
ps: se me seguires, eu sigo-te de volta! obrigada, núria miriam gomes.

p i disse...

Gostei bastante, quem acaba por sofrer mais são exactamente as mais recatadas, aquelas que todos pensam que nunca farão nada contra eles. Muitas vezes acontece o contrário ;)